Entre recordes e superação: confira os números das Paraolimpíadas Rio 2016
- Stella Milani
- 19 de set. de 2016
- 4 min de leitura

(Foto: Rio 2016/Alex Ferro)
4.300 atletas de 161 países fizeram história nas 23 modalidades disputadas em 528 provas
Apesar de ficar na oitava posição do ranking de medalahas e não alcançar a meta de ficar entre os 5 primeiros, o Brasil fechou com a melhor participação nos Jogos Paralímpicos na história. Foram 72 medalhas, sendo 14 de ouro. Isso significa que todos os dias um brasileiro subia no pódio.
A seleção brasileira de futebol de 5 conquistou seu tetracampeonato – na verdade, é a única seleção que já levou o ouro nos Jogos Paralímpicos, pois venceu em todas as edições em que o esporte foi disputado.
Os resultados de dois "papamedalhas" do país ajudam a explicar a queda no número de títulos. Nas piscinas, André Brasil e Daniel Dias voltaram a brilhar competindo em casa, mas não tanto quanto na edição anterior dos Jogos. Em Londres, André conquistou três ouros e duas pratas, enquanto no Rio teve duas pratas e dois bronzes. Daniel que voltou com seis ouros da Inglaterra, conquistou quatro títulos para acompanhar três pratas e um bronze nas águas cariocas.
A força de novos competidores atrapalhou a dupla de heróis da natação. Junsheng Li, da China, tirou o ouro de Daniel nos 100m peito, prova em que o brasileiro defendia o bicampeonato paraolímpico. André sofreu com os ucranianos Denys Dubrov e Maksym Krypak, que dominaram as provas da classe S10.
Já no atletismo só houve motivo para comemoração. Além de subir o número de ouros de sete para oito, a modalidade que mais trouxe medalhas para o Brasil esteve no pódio 33 vezes, 15 a mais do que em Londres. Além das vitórias nas pistas, surgiram pódios de esportes que não eram protagonistas, como halterofilismo e ciclismo. No total, 13 modalidades medalharam, outro recorde.
"Estamos muito satisfeitos com a campanha. A meta era ficar em quinto lugar com os ouros, mas tínhamos várias outras metas, e todas foram alcançadas. Tivemos um aumento de 65% de medalhas comparado a Londres. Sob essa ótica foi a melhor participação da história", celebrou Andrew Parsons, presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB).
Torcida
Com ingressos a preços acessíveis e a expectativa de grandes competições, 170 mil pessoas lotaram o Parque Olímpico da Barra num único sábado – um recorde histórico de público, que ultrapassou o dia mais popular dos Jogos Olímpicos. Muitas famílias levaram crianças para conhecer mais sobre os esportes. A bocha, esporte menos conhecido do público, atraiu oito mil torcedores que lotaram a arena.
Turistas
O CPB - Comitê Paraolímpico Brasileiro estimou que 400.000 turistas estrangeiros vieram ao Brasil para participar dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Para os Jogos Paralímpicos, a alta foi de 50%.
O Ministério do Turismo divulgou nesta sexta-feira (16) dados preliminares de uma pesquisa sobre a experiência dos turistas brasileiros e estrangeiros no país durante a Paralimpíada, no Rio de Janeiro.
Conforme os primeiros números divulgados pela pasta, para 87,8% dos turistas a viagem atendeu ou superou as expectativas e 90,5% afirmaram ter a intenção de voltar.
O preço do ingresso na Paralimpíada também agradou mais o turista em comparação com a Olimpíada. Nos Jogos Olímpicos, o preço dos ingressos foi avaliado positivamente por 80% dos entrevistados. Na Paralímpiada a avaliação positiva chegou a 95,5%.
Para 54,1% dos entrevistados, os Jogos foram principal motivo da viagem ao Rio. Para 59, 5% dos visitantes esta foi a primeira visita ao país. Os turistas vieram principalmente dos Estados Unidos (18,2%), Espanha (15,5%), Argentina e França (6,1% cada um) e Alemanha (5,4%).
De acordo com a pesquisa, além do Rio, os visitantes estiveram em outros 33 municípios brasileiros. A pesquisa também quis ouvir os turistas sobre os serviços oferecidos. Os mais bem avaliados foram: restaurante (98,5%), gastronomia (97,1%), alojamento (96%) e diversão noturna (95,7%).
Nos locais de competição, os itens mais bem avaliados foram os preços dos ingressos (95,3%), organização geral (93%) e infraestrutura (85,9%). Os estrageiros ficaram em média 10 noites no Rio com gasto diário de R$ 290.
Os turistas nacionais vieram em sua maioria da Região Sudeste, Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte. Para 22,6% dos entrevistados, essa foi a primeira viagem ao Rio. Eles gastaram em média R$ 278 por dia.
A pesquisa teve início no dia 8 de setembro e será concluída no dia 20. Os dados preliminares divulgados nesta sexta foram coletados até o dia 13 nos aerportos do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Principais números
- 1 país, a Rússia, foi excluído por causa do escândalo de doping, um caso inédito
- 2 atletas, um lançador de disco iraniano e um nadador sírio, farão parte da primeira equipe de refugiados da história dos Jogos Paralímpicos.
- 4 locais de competição: Barra, Copacabana, Deodoro e Maracanã, bem como uma vila paralímpica. Estes Jogos aproveitarão as mesmas estruturas das utilizadas nos Jogos Olímpicos (5 a 21 de agosto)
- 12 dias de competição: de 7 a 18 de setembro
- 15ª edição dos Jogos Olímpicos de Verão
- 22 esportes no programa: atletismo, remo, basquete em cadeira de rodas, bocha, canoagem, futebol de 5, ciclismo (estrada e pista), esgrima em cadeira de rodas, hipismo, futebol de 7 paralímpico, golbol, levantamento de peso, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, tiro esportivo, triatlo, vela, vôlei sentado.
- 95 é o número de medalhas de ouro conquistadas pela China, grande vencedora dos Jogos Olímpicos de Londres-2012, edição em que o Brasil faturou 21 ouros (além de 14 pratas e 8 bronzes), posicionando-se na 7ª posição do quadro de medalhas.
- 161 países representados contra 160 em Londres-2012
- 285 é o número de esportistas que compõem a delegação brasileira paralímpica
- 528 medalhas de ouro em disputa: 226 para as mulheres, 38 mistas e 264 para os homens
- 680 horas de competições transmitidas ao vivo e em alta definição (HD) no site dos Jogos Paralímpicos (www.paralympics.org)
- 700 pessoas da tocha paralímpica vão se revezar para percorrer cinco grandes cidades brasileiras (Brasília, Belém, Natal, São Paulo e Joinville) antes de a chama chegar no estádio do Maracanã, no Rio, para a cerimônia de abertura
- 2.642 foi o total de medalhas distribuídas: todas tiveram um dispositivo em aço que emitiu sons decrescentes do ouro ao bronze para que os portadores de deficiência visual pudessem reconhecê-las e trarão a inscrição "Rio 2016 Paralympic Games" em braile
- 4.300 foi o número de atletas
- 15.000 peças na oficina de reparo de cadeiras e próteses dos atletas
- 30.000 voluntários
- 2,4 milhões de ingressos à venda para assistir às competições
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