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Destaque

Muito além da superação

  • Tainara Cavalcante
  • 14 de set. de 2016
  • 2 min de leitura

A emocionante história da nadadora com uma doença degenerativa

Susana Schnarndorf Ribeiro possui uma doença rara, a atrofia múltipla dos sistema (MSA) descoberta a 12 anos. A gaúcha descobriu aos 37 quando era campeã brasileira de Triatlo. Depois dos diagnósticos que foram desde tumor no cérebro a mal de Parkinson e síndrome do pânico, veio a MSA. Hoje, a natação paralímpica é a sua principal aliada na luta contra a doença. O esporte e auto rendimento ajuda nadadora a retardar a doença.

(Arquivo Pessoal de Susana Schnarndorf Ribeiro)

Pouco depois que descobriu, Susana fez o que para ela foi o mais difícil, se separar dos filhos. A atleta não queria que eles sofressem ao vê-la naquela situação. A nadadora se assustou ao ver seu corpo falhando de repente, não conseguir mexer as mãos ou engolir a comida foi algo extremamente duro para ela.

Mas também foram os filhos sua motivação para voltar ao esporte, não queria que eles a vissem desistir. Na sua primeira competição, Suzana bateu três recordes brasileiros, e no outro ano, já estava nos Jogos Parapan – Americanos. Logo a Paralimpíada virou uma meta também.

Com apenas 40% da capacidade respiratória, a nadadora teve que se adaptar a piscina. "Agora diminuiu muito o número de braçadas que eu dou sem respirar. Já cheguei a passar mal, ter queda de pressão. É complicado para uma nadadora não ter ar", diz em entrevista a BBC Brasil. A nadadora não se importa com isso, muito menos se se vai conseguir falar ou andar. Ela só pensa nas futuras competições, nos mundiais, nas eliminatórias. É o que a motiva a viver.

Como a natação paralímpica é dividida em várias classes, a nadadora passa por profissionais do Comitê Paralímpico Internacional a cada dois anos, que decidem em qual ela pode nadar. Quanto menor o número da categoria, mais dificuldades motoras o atleta tem. Susana tende a sempre cair de classe, mas não desiste de nadar. Começou na classe S9, nesta Paralimpíada ela passou da classe S6 para S5. Apesar do resultado ficou feliz, porque só assim conseguiu classificação para a Rio 2016.

Fora das piscinas a gaúcha tem que se esforçar para andar, comer, falar e até respirar. Susana perdeu os sentidos do paladar e olfato, as vezes até se esquece do gosto e do cheiro das coisas. A atleta treina seis horas por dia seis dias da semana e garante que não vai parar na Rio 2016, seu objetivo agora é Tókio 2020. E nada de falar em superação, para Susana, isso ficou para trás. Ela é atleta de alto rendimento contra uma briga com seu próprio corpo.

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